Mais um mês da campanha anual Outubro Rosa, chega quase ao fim porém sua mensagem deve se estender durante todos os dias do ano. A conscientização e a prevenção do câncer de mama, e a importância do seu diagnóstico precoce, são os principais fatores da batalha contra a doença que atinge em sua maioria, mulheres. Confira aqui a matéria completa sobre como diagnosticar o câncer de mama e a seguir, convidamos a querida Giu Nardini para compartilhar a sua história de superação da doença. E além disso, como Giu é artesã , ela criou uma linda receita com nossos fios Pingouin da Almofada Peitcho, com apostila para download gratuito ao final da matéria.
Outubro rosa: Conheça a história de quem superou o câncer de mama
Com Giu Nardidi
Há um pouco mais de 2 anos atrás, fui diagnosticada com câncer de mama em estágio já bem avançado. Hoje estou bem e vou contar a história desses últimos anos.
Eu tinha saído do banho e quando relei no meu seio ao me enxugar, senti uma coisa que não deveria estar ali. Não verifiquei de novo, fiquei um pouco confusa, mas marquei consulta com o mastologista. Chegando lá, ele me acalmou e disse que a chance de ser algo ruim, era bem baixa por conta da minha idade, porém mesmo assim ele pediu uma biópsia guiada por ultrassom.
Fui super tranquila para o exame. Assim que saiu o resultado, levei direto para o médico.
Ele abriu o exame e começou a ler… fez uma cara de confuso e voltou para a primeira página. Os olhos dele encheram de lágrimas e ele disse: “é… o resultado não deu bom”.
Meu chão não existia mais naquele momento, nada mais fazia sentido assim, num piscar de olhos. Fui direto para uma clínica oncológica, onde uma médica me alertou de que eu ficaria infértil e então, tinha que decidir que – com apenas 21 anos – se eu iria ter filhos ou não para fazer o congelamento de óvulos. Contou como seria o tratamento e que eu teria que começar o mais rápido possível.
Meu prognóstico era muito negativo, a segunda oncologista que eu fui, pegou nas minhas mãos e disse que eu viveria no máximo até dezembro de 2019! E eu não acreditei, porque eu jamais iria acreditar que eu ia morrer com 21 anos…
Fui em uma terceira médica, e ela me disse o que me fez conseguir enfrentar todo tratamento depois: “é igual pegar o carro e ir para o interior, você pode chegar no destino final como pode não chegar”. E era isso mesmo, então tinha uma chance da medicina me salvar, e assim me agarrei a isso.
E foi então que comecei o tratamento. Em menos de 10 dias já tinha feito o congelamento de óvulos e a primeira quimioterapia. Foram 16 sessões de quimioterapia, 4 cirurgias incluindo uma mastectomia bilateral, 25 sessões de radioterapia e tantas injeções que não sei nem contar.
Tiveram dias muito difíceis, que eu não entendia como falar – fiquei 2 dias sem entender como fazer o que tava na minha cabeça sair pela minha boca, foram dias e dias em cima da cama. Mas tiveram dias felizes, que eu sabia que tudo ficaria bem.
De todo o processo, a parte mais difícil foi a perda da identidade. Não só por perder os cabelos, mas engordei mais de 20kg e perdi toda minha rotina. Eu me olhava no espelho e não me reconhecia, não entendia quem eu estava vendo.
O trabalho manual sempre fez parte da minha vida, mas durante grande parte do tratamento fiquei impedida de fazer por causa das cirurgias. Quando finalizei as radioterapias, voltei a me aventurar no tricô, que até então, só sabia fazer peças retas (sim, só cachecol) e comecei a aprender novas formas.
“ Criar as minhas próprias peças fez eu re-descobrir várias coisas sobre mim, entender o que eu gosto, o que eu não gosto e como eu quero me enxergar quando olho para o espelho.”
Entender tudo isso, entender o meu novo tamanho, as coisas que eu gosto e o que não quero mostrar sobre meu corpo e minha personalidade, foi muito importante e o tricô me ajudou DEMAIS.
Foi então que senti que eu queria, de alguma forma, ajudar as pessoas que estão passando pelo que eu passei. Assim, criei o projeto Fios do Amor, já na pandemia eu tinha um tempo livre sem o tratamento, e eu poderia tricotar touquinhas para os pacientes oncológicos de baixa renda.
O projeto cresceu muito em apenas um ano, e estendemos a mão para mais de 1500 pacientes. Uma touquinha pode parecer pouco, mas é entregar um pouquinho de amor para eles, mostrar que existem pessoas torcendo por eles. Se tiver toucas para doar e for aqui de São Paulo, só enviar DM lá no insta 🙂
Depois comecei a me aventurar no crochê e criei a Almofada Peitcho, que vocês podem conferir a seguir um modelo que fiz com alguns fios aqui da Pingouin!
Hoje estou bem e espero continuar podendo espalhar amor <3
Baixe a receita da Almofada Peitcho no link no botão abaixo.
Gostou da história da Giu? E quando fizer a receita dela, compartilhe uma foto do seu trabalho nas redes sociais e nos marque com a #fiospingouin e a Giu, pois AMAMOS ver e compartilhar o trabalho de TODOS vocês!
Feito por Giu Nardini, Feito com A-M-O-R, Feito com Pingouin.