Folclore e suas diversas formas de expressões populares

Dia 22 de agosto é celebrado o Dia do Folclore, automaticamente associamos com as lendas do Saci-Pererê, Mula sem Cabeça, Cuca e muitas outras. Provavelmente porque temos memória afetiva dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, mas na realidade, o folclore não se restringe as lendas. Ele é composto por diversas formas de expressões populares, um conjunto de tradições e costumes culturais que representam a identidade social de um povo.

As manifestações folclóricas são passadas de geração para geração, ninguém sabe quem criou e uma vez que representa os costumes de um povo, pode variar conforme a região. Canções, brincadeiras, provérbios, costumes, crendices, lendas, festas típicas, tudo isso faz parte do nosso repertório. Até mesmo os pratos regionais são considerados elementos folclóricos, como o pato no tucupi do Norte, o acarajé da Bahia, a feijoada ou os quitutes das Festas Juninas como a canjica.

canjica

 

“Filho de peixe, peixinho é”

Já percebeu como as expressões folclóricas de uma maneira geral aquecem a alma e nos levam para um lugar de conforto? É algo que, querendo ou não, nos representa. Uma cantiga, uma brincadeira ou um provérbio, daqueles que ouvimos nossos antepassados dizer e seguimos reproduzindo.

Observe como é comum alguém fazer uma pequena introdução antes de dizer um provérbio, algo mais ou menos assim: “como dizia minha avó, à noite, todos os gatos são pardos”, “meu pai sempre falava, uma andorinha só não faz verão”, “minha mãe costumava dizer, cobra que não anda, não engole sapo”.

Aposto que nesse momento você já se lembrou de vários provérbios ditos pelos seus familiares!

Vou te dar outro exemplo bem simples… Alguma vez, ao ninar um bebê você já se pegou cantarolando:

“Nana neném
Que a cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar”

Mesmo a letra sendo ameaçadora e não fazendo nenhum sentido para a maioria de nós, seguimos cantando como um mantra, é como se essa cantiga estivesse marcada em nosso DNA.

 

Brincadeiras e lendas folclóricas

Aquelas brincadeiras mais tradicionais como pega-pega, esconde-esconde /pique-esconde, amarelinha, pipa, pular corda, gato-mia, cabra-cega, batata quente, também são partes do nosso folclore. Ensinar essas brincadeiras aos nossos filhos é parte do nosso legado, uma forma de conectá-las com as suas raízes, além de ser uma atividade muito divertida e cheia de memória.

As lendas são histórias deliciosas que representam nossas tradições ancestrais e também valem a pena ensinar às crianças. Temos um vasto repertório, que recebeu influência de outros povos, como em várias outras expressões culturais. As histórias do Lobisomem e da Cuca, são de origem europeia, enquanto as lendas do Boitatá, Iara e Curupira, indígenas.

Curupira o protetor

O Curupira é tido como o guardião da floresta. É pequeno, tem os cabelos vermelhos e os pés virados ao contrário. Diz a lenda que ele atormenta os caçadores e puni quem destrói a floresta. Um personagem que teria muito trabalho nos dias de hoje! Se você é da turma do crochê e simpatiza com esse personagem, saiba que a gente já compartilhou a receita de um amigurumi Curupira irresistivelmente lindo.

 

Festas folclóricas

Nesse quesito também estamos muito bem servidos, há uma infinidade de Festas Folclóricas espalhadas pelo país, cada uma têm as suas peculiaridades e tradições locais. Listamos oito delas para exemplificar a riqueza dessas manifestações culturais, no final, conte pra gente que festas tem aí na sua região, combinado?

 

Bumba meu boi

As Festas do Bumba meu boi são típicas nas regiões norte e nordeste. Composta por dança, desfiles e encenações teatrais, representam a lenda da ressurreição de um dos bois preferidos do patrão de Mãe Catirina e Pai Francisco.  É considerada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco e acontece no mês de junho. Em outras regiões existem celebrações semelhantes com variações de nome como Boi-bumbá, Boi de jacá, Boi de reis, Boi de Mamão etc.

 

Círio de Nazaré

O Círio de Nazaré também é um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a maior festa religiosa do Brasil, celebrada no Belém do Pará há mais de 200 anos. O ponto alto da celebração acontece no segundo domingo de outubro com uma grande procissão carregando a imagem da santa desde a Catedral Metropolitana de Belém, até a Praça Santuário de Nazaré, onde ela fica exposta para visitação durante 15 dias.

 

Carnaval

Provavelmente é a festa folclórica brasileira mais conhecida do mundo. É celebrada em todo país, sendo que cada região tem as suas particularidades e tradições. Acontece em fevereiro ou março.

 

Cavalhadas

Festa tradicional do centro-oeste de origem portuguesa. As Carvalhadas são encenações das batalhas corridas na idade média entre os cristãos de Portugal e Espanha contra os Mouros. Acontece entre os meses de maio e junho.

 

Congada

Festa de origem africana celebrada em várias regiões. É composta de desfile e encenação da coroação do rei congolês, com cantos acompanhados de instrumentos de percussão. A Congada é uma celebração em honra aos reis do Congo e devoção de santos considerados os protetores dos escravos, como Santa Efigênia, São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Acontece nos meses de maio e outubro ou dezembro.

 

Festas Juninas

Presente em todo país durante o mês de junho. Composta por vários tipos de tradições como culinária, dança típica, música e brincadeiras.

Também foi trazida ao Brasil pelos portugueses, entretanto, teve origem nas festas pagãs das antigas civilizações que homenagear os deuses da natureza e da fertilidade.

 

Folia de Reis

Comemorada entre os dias 24 de dezembro e 6 de janeiro, celebra a visita dos Reis Magos ao menino Jesus.

É formada por um grupo composto por um mestre, um contramestre, os reis magos, foliões e palhaços. Cada grupo tem a sua própria bandeira/estandarte, eles usam roupas típicas coloridas, cantam, dançam, e recitam versos.  É mais comum em cidades do interior dos estados Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás.

 

Lavagem do Bonfim

Uma festa supertradicional na Bahia, começou em 1773 quando os escravos limparam o interior da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim para prepará-la para a festa.  De acordo com o sincretismo das religiões de matriz africana, Senhor do Bonfim foi associado a Oxalá, dessa maneira, os negros aproveitavam para homenagear esta entidade.

O cortejo que começa na Igreja da Conceição da Praia e vai à Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Um percurso de 8km em que as baianas, vestidas com trajes típicos, levam vasos de água de cheiro, que serão utilizados para lavar as escadarias.

Acontece na segunda quinta-feira do ano e une o sincretismo religioso, música típica e culinária.

Se você gosta de folclore, não deixe de ler o post em que preparamos três dicas para celebrar o dia mundial do folclore.

Conta pra gente, que festa folclórica tem aí na sua região? E qual das brincadeiras acima te trouxeram lembranças legais?

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