Homem fazendo crochê pode?

Claro que sim! Hoje vamos nos inspirar com o trabalho do artista plástico Thiago Rezende, esse paulista que se permite ousar, de uma versatilidade ímpar, que influenciou e continua influenciando, muitos outros homens e mulheres a se aventurar pelo mundo do crochê e tricô.

Artes manuais, uma influência afetuosa

O Thiago é formado em artes plásticas, uma pessoa curiosa que sempre pesquisou e utilizou diversos materiais diferentes em seu trabalho. Quando criança, passava férias na casa de seus avós, onde cultivou deliciosas memorias afetivas, assistindo sua avó tecer peças em tricô e crochê.

O tempo passou e em 2012 essas técnicas voltaram a chamar atenção do Thiago, despertando o seu interesse por elas. Para aprender os primeiros pontos, recorreu ao Youtube, utilizando as agulhas e fios deixados por sua avó, que nessa ocasião já estava em outro plano.

Quando percebeu a versatilidade dessas técnicas, um universo de possibilidades se abriu, entendeu que utilizando um simples fio, é possível criar qualquer coisa, no caso do crochê dá para fazer até mesmo peças tridimensionais como os amigurumis. A partir daí, todos os seus trabalhos como artista plástico passaram a ser feitos com uma dessas artes manuais.

Uma paixão que começou com uma herança simbólica, temperada com memórias afetivas e servida com muito talento.

Quebra de paradigma

Há dez anos, quando iniciou suas pesquisas, percebeu que essas técnicas não tinham tantos adeptos quanto hoje em dia, as peças eram todas parecidas e havia poucas receitas disponíveis. Notou a existência de muito preconceito etário também, as pessoas associavam o crochê e tricô com senhoras idosas, por isso os mais jovens não se interessavam.

Homens colchetando eram ainda mais raros, por isso o Thiago se engajou no propósito de colocar mais testosterona no crochê!

Passou a organizar encontros gratuitos para homens com intuito de incentivá-los a aprender e a trabalhar com o crochê. Hoje tem orgulho de ver que muitos artesãos conhecidos, começaram a tecer nos encontros organizados por ele. Um feito que lhe enche de orgulho e satisfação.

Atualmente esses paradigmas foram quebrados, o mercado está repleto de homens e mulheres de todas as idades produzindo peças lindas e criativas, pessoas que usam as artes manuais como hobby, mas também como negócio.

Processo criativo

O Thiago começa a trabalhar sem ter uma ideia clara do que vai surgir. Gosta de deixar os pensamentos fluírem naturalmente, saltando de uma coisa para outra, até que no final acaba com dez ideias diferentes. Não acredita em inspiração, por isso gosta da frase do artista Pablo Picasso:

“Que a inspiração chegue não depende de mim. A única coisa que posso fazer é garantir que ela me encontre trabalhando.” – Pablo Picasso

Navega por muitos mares, seu trabalho é abrangente, um giro pelo perfil @homemnaagulha dá uma dimensão de sua versatilidade. Tem peças de decoração, moda e esculturas, nenhuma delas obvias, como a série Corações Selvagens, uma coleção feita com a técnica de amigurumis, em formato de coração e aplicação de elementos inusitados como folhas e cogumelos.

Lembra que contamos lá no início do texto que o Thiago começou a crochetar com as agulhas e fios que herdou de sua avó? O interessante é que esses fios eram o Paratapet, um produto da Pingouin idealizado para tapeçaria e puch needle, foram os primeiros fios que o artista usou na vida e seguem sendo os seus preferidos até hoje.

O curioso é que o Thiago utiliza o Paratapet para confecção de diversos tipos de peças, inclusive amigurumis, e essa é outra de suas características, a experimentação, ele não se prende as regras e usa os fios conforme a própria vontade, sem amarras ou limitações.

“As pessoas se prendem as regras, esse fio é próprio pra amigurumi, o outro pra vestuário, etc, desde o começo eu sempre experimentei de tudo, não me prendo. Acho que fio que você consegue fazer um ponto com a agulha é um fio apropriado.” – Thiago Rezende  

Se você é do time do Thiago, que usa os fios segundo os seus desejos, sem se preocupar com as recomendações, comente aqui embaixo.

Conta pra gente, o que achou do trabalho do Thiago? Nós aqui somos fãs.

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4 comentários em “Homem fazendo crochê pode?”

  1. Amo os trabalhos feitos em croche plas mãos de homens, fica tudo perfeito.
    Tenho vários amigosque trabalham com crochê e amam o que fazem.
    Estão de parabéns todos os homens que se dedicam a arte do crochê

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