“A minha história com o câncer de mama teve um final feliz, principalmente porque foi diagnosticado cedo. Eu não tive sintomas. Eu não tive nódulos ou caroços nos seios. Eu não senti dor. Não existia casos na minha família e eu não tenho mutação genética para câncer de mama. Eu sou jovem, amamentei 2 filhos e não fumo. Estou fora do grupo de risco para câncer de mama, mas mesmo assim ele veio de forma silenciosa e assintomática e só descobri porque sempre fiz meus exames de rotina. Todo ano estava lá no consultório médico fazendo meus exames.”
Outubro Rosa com Fios Pingouin
Inspire-se com a história da Camila Maria
“ O crochê sempre foi meu companheiro nos momentos difíceis.”
Minha vida deu uma guinada quando uma mamografia de rotina veio com um resultado inconclusivo. Minha primeira reação foi a de: “não é nada”… Minha ginecologista pediu para repetir a mamografia e eu lembro que demorei um mês para ir fazer o exame simplesmente por “estar crente” de que não seria nada! Quando peguei o resultado dessa segunda mamografia, veio o laudo com classificação BiRads 4c. No auge dos meus 40 anos, eu não fazia a menor ideia do que era esse tal de BiRads. Resumidamente, quando seu laudo vem com essa classificação 4c, as chances de você ter um câncer são de 50 a 95%! Assusta né? Me assustou também! Então minha médica, horas após eu ter lhe enviado o laudo por mensagem, ela me respondeu com um pedido de ressonância magnética, biópsia e um encaminhamento para uma mastologista.
Assim solicitado, fiz a biópsia dia 27/11/20 e o laudo saiu dia 04/12/20. Foi uma semana de muita angústia por não saber do resultado logo, medo de morrer, de ansiedade, de pena de mim mesmo e até tive que tomar remédios para conseguir dormir.Aqui gostaria de dizer que, cada mulher reage de uma maneira a um momento difícil como esse.
“O câncer afeta não só você, mas toda a sua família e as pessoas ao seu redor, e não existe o certo e o errado no modo como você encara isso. Eu encarei e encaro como faço tudo na vida: levantei a cabeça e segui em frente; mas isso não quer dizer que você tenha que fazer o mesmo e não possa ficar triste.”
E então quando abri o laudo e vi escrito “carcinoma”, eu não tive medo. Senti alívio em finalmente saber o que tinha. A partir do momento que soube que tinha um câncer, por incrível que pareça, o meu medo evaporou. Eu já sabia o que eu tinha e sabia que a doença tem tratamento então, eu queria fazer todo o procedimento o mais rápido possível!
Eu tive um carcinoma ductal in situ e meu tratamento inicialmente seria uma cirurgia, por isso fiz uma adenomastectomia no seio direito com reconstrução imediata com prótese de silicone e simetria da outra mama.
Após a cirurgia, passei pelo menos 15 dias de repouso em casa. E foi nesse tempo que resgatei o crochê. O crochê sempre foi meu companheiro nos momentos difíceis. Aprendi a fazer crochê logo após me curar de uma depressão pós parto e desde então ele jamais saiu da minha vida. Gosto de desafios e comecei logo pelos amigurumis! Depois migrei para as peças grandes como colchas e mantas. Já fiz várias colchas de solteiro e de casal. Nesse período de recuperação, fiz muito crochê, foi uma grande ajuda para me ajudar com a ansiedade!
Acho importante ressaltar que essa minha segurança durante o tratamento e esse final feliz, vieram de uma base sólida composta por uma rede de apoio familiar e de médicos fantásticos que me acolheram com todo carinho, profissionalismo e amor.
Muito obrigada a minha ginecologista Dra. Mariana de Luca, que me acolheu com todo amor depois que passei por um trauma tão grande de violência obstétrica. A Dra. Mari me acolheu, me ouviu, me acalmou e com todo profissionalismo me pediu todos os exames preventivos. Foi ela que me acalmou com toda a serenidade quando o resultado ainda era incerto. A Dra Rebeca Heinzen , minha mastologista, que estava ali do meu lado no pior momento: quando abrimos o laudo e estava escrito carcinoma. E por último, mas não menos importante, o Dr. Ricardo Votto, cirurgião plástico, ele foi o responsável por me ajudar a me olhar no espelho logo após a cirurgia e sentir que ainda tinha seios, que o câncer não tinha me tirado isso. E para finalizar, eu não poderia deixar de citar meu marido, Eduardo. Como em tudo na vida, ele está SEMPRE do meu lado, me apoiando, me acalmando e me dizendo que tudo vai ficar bem.
E então, já agendou seus exames?