Outra característica marcante da indústria da moda é a efemeridade, o incentivo ao consumo desenfreado, transformando-a na segunda mais poluente do planeta.
Na contramão disso tudo, alguns estilistas e profissionais ligados ao mundo fashion, resolveram revolucionar o status quo e transformar esse ambiente em um lugar mais inclusivo, empoderando as mulheres, as deixando mais à vontade com seus corpos, resgatando antigas técnicas e tornando a moda mais sustentável e menos perecível ao tempo.
Como esse é o mês das mulheres, focaremos no trabalho de 6 deusas subversivas que usam seus talentos e suas vozes para deixar a moda brasileira com a nossa cara, mais adequada aos nossos corpos e sustentável.
Cíntia Félix – Estilista que cria para corpos reais
Cíntia Félix é estilista e idealizadora da marca AZ Marias. Ela atua em diversas áreas ligadas à arte, educação e moda. Cria roupas para o corpo da mulher brasileira em forma e tamanho real, bem diferente do estereótipo das modelos de passarela. Pratica o sistema slow fashion, transformando resíduos têxteis em peças novas, o mesmo conceito utilizado em nosso fio EcoJeans.
Cíntia marcou presença na SPFW21 com AZ Marias, através do projeto Sankofa. Suas peças têm como marca registrada as estampas autorais e alegres, faz um mix com streetstyle e afro ancestralidade histórica.
Dayana Molina – Estilista indígena
Dayana é estilista, produtora de moda e diretora criativa, usa sua voz nas redes sociais e, onde mais for possível, para debater sobre representatividade na indústria fashion, lutando para abrir espaço para que os povos originários deixem de ser invisibilizados por esse setor, um processo de “descolonizar a estética da moda” como costuma dizer.
Criou a marca Nalimo, que produz peças minimalistas, comprometida com a sustentabilidade e cheias de referências indígenas. Toda equipe da marca é compota por mulheres, sendo 80% indígenas de diferentes povos, 10% mães solos, 5% mulheres LGBTQI+, 4% mulheres negras e 1% mulheres trans.
Flavia Aranha – Moda feita de tecidos tingidos com plantas
Criadora da marca Flavia Aranha propõe um encontro entre os conhecimentos ancestrais e inovações tecnológicas, com isso provoca impactos positivos em toda a cadeia produtiva além de relações mais humanas.
As peças da marca são confeccionadas com tecidos naturais e tingidos com plantas brasileiras, produzidas através da agricultura familiar, utilizando técnicas de manejo sustentável.
Tudo na grife é feito de forma artesanal, no tempo necessário e sem pressa. O interessante dessa técnica é que um tecido nunca fica exatamente igual ao outro, tornando cada item único. No site da marca também é possível comprar kits para tingir a roupa em casa.
Letticia Munniz – Modelo ativista plus size
Modelo, apresentadora e ativista a favor da aceitação do corpo e contra a gordofobia. Em seu perfil no Instagram conta como foi a sua jornada de autoconhecimento e aceitação do próprio corpo. Mantêm um discurso empoderado que encoraja outras mulheres a respeitar sua constituição física.
Letticia é a prova de que beleza não tem tamanho, o importante é se amar.
Luiza Brasil – Jornalista criadora do Mequetrefismos
Mulher preta, jornalista de moda, digital influencer, criadora do posdcast Hora da Brasil e idealizadora da plataforma Mequetrefismos, um espaço cujo principal objetivo é impulsionar projetos e trabalhos na indústria da moda, música e arte realizados por pessoas pretas.
Como boa comunicadora que é, Luiza atua em diversos canais, sempre levando uma mensagem empoderada e inclusiva sobre moda.
Milena Lima – Ativismo periférico através da moda
A estilista Milena Lima nasceu e mora no Grajaú, periferia de São Paulo. Criou a Mile Lab, uma grife totalmente conectada com o território onde foi fundada.
A proposta da marca é utilizar a moda como instrumento de luta, produzindo roupas de qualidade, acessível, que dialogue e represente a identidade local, valorizando a cultura periférica.
Acabamos de conhecer um pouco sobre a história de 6 incríveis mulheres talentosas, mas existem muitas outras trabalhando para mudar o rumo das coisas e transformar o mundo em um lugar mais inclusivo e cheio de propósito.
O que achou dessas mulheres incríveis?