Há registo de fibras parecidas com a lã encontradas em Çatal Hüyük, na Anatólia, Turquia, de um período anterior a 6000 a.C., já os vestígios mais antigos de têxteis de lã foram datados de 4000 – 3000 a.C. Entretanto, a utilização dessa fibra para a produção de tecidos só ganhou força, quando os agricultores da Mesopotâmia descobriram que podiam usar a lã das ovelhas sem ter que matar o animal.
A lã conquista os europeus
Mais tarde, com os fluxos migratórios dos Persas, Gregos e Romanos as ovelhas, e consequentemente a lã chegou à Europa. Logo conquistou os europeus, afinal, se comparada com as fibras vegetais (algodão e linho) a lã era mais fácil de fiar, tingir e acima de tudo, mais quentinha.
Foi na idade média (476-1453) que o comércio da lã virou sucesso no velho continente, principalmente na Inglaterra e Espanha. Tudo indica que a produção dessa fibra ajudou a financiar as viagens de Cristóvão Colombo, que teria deixado as primeiras ovelhas na América em sua segunda viagem.
Em 1786 o rei Louis XVI (da França) importou 366 ovelhas Merino, dando origem a raça Merino Rambouillet, famosa ate hoje por produzir lã fina.
Depois, com a Revolução Industrial, a tecelagem usando lã ganhou escala, pois, desenvolveram equipamentos que permitiam tecer grandes quantidades com rapidez e baixo custo.
Nem só de ovelha se produz lã
Enquanto na Ásia, Europa e África criavam ovelhas para produzir lã, na América do Sul os povos originários das regiões andinas, domesticavam a lhama e a alpaca, animais parentes dos camelos que eram a base do sustento dessas pessoas. Eles utilizavam a lã, carne e até suas fezes para fazer fogo.
Acredita-se que os povos originários domesticaram a lhama e a alpaca por volta de 4.500 a.C., aperfeiçoando as espécies e criando a raiz da cultura andina, que está intimamente ligada a esses animais.
Entretanto, a joia andina, na verdade, é a vicunha, um animal selvagem que vive em regiões com mais de 3.500 metros acima no nível do mar. Uma espécie que atualmente é protegida.
A lã de vicunha é a mais cara do mundo e sua retirada é um grande evento, uma tradição ancestral realizada pelas comunidades dos andes, chamada “chaccu” (ou chaku). Uma vez por ano, homens e mulheres sobem as montanhas, capturam as vicunhas e extraem sua lã, para depois soltar novamente. Uma atividade tão séria e controlada, que no Peru o Ministério da Agricultura envia veterinários para acompanhar esse acontecimento.
É interessante saber que hoje em dia vestimos peças feitas da mesma fibra que nossos antepassados, logicamente que ao longo do tempo, a lã foi aperfeiçoada através da tecnologia, mas a base é a mesma que nossos ancestrais usavam para tecer roupas, mantas, tapetes e muitas outras coisas.
Por falar em lã, você sabia que a Pingouin lançou o Paratecer? Um fio 100% lã, idealizado para todos os tipos de tapeçaria, como tela talagarça fina ou grossa, tear, punch needle (ponto russo) e também para técnicas como tricô e crochê. O Paratecer tem uma torção especial que vai deixar seus trabalhos com um acabamento incrível. E tem uma imensa cartela de cores, são 50 tonalidades diferentes!
Aproveite que o frio está chegando pra fazer uma linda peça em lã, aqui no site têm várias receitas para te inspirar.