A data foi criada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970 para simbolizar a luta das mulheres por igualdade salarial, atualmente representa todas as causas femininas, não só no mercado de trabalho, mas também contra a violência, machismo, desigualdade na distribuição de tarefas domésticas etc.
É um momento de reflexão para toda a sociedade, época de mudar velhas atitudes e contribuir ativamente para a construção de um mundo mais justo para todos e todas.
Como a pandemia impactou no trabalho das mulheres
Quando olhamos para trás, percebemos que tivemos algumas conquistas, mas o caminho rumo a igualdade ainda é longo e a pandemia só dificultou as coisas para o nosso lado!
Segundo a pesquisadora Carolina Tokarski, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicadas), na pandemia a taxa de ocupação feminina no mercado de trabalho voltou a ser a mesma de 30 anos atrás.
Isso aconteceu porque durante a época de isolamento social, as escolas e creches fecharam, deixando as mulheres sem uma rede de apoio. Diante desse cenário muitas famílias precisaram fazer uma escolha a respeito de quem cuidaria das crianças e da casa, e foi aí que muitas de nós tivemos que renunciar às carreiras para se dedicar as atividades domésticas.
É importante ressaltar que toda sociedade perde com isso. De acordo com Organização Internacional do Trabalho (OIT), negócios que possuem mulheres em postos de liderança têm melhor desempenho, e isso também acontece no Brasil. A FGV (Fundação Getúlio Vargas) fez um estudo que relaciona a liderança feminina com notas mais altas em critérios ambientais e sociais, tornando as empresas mais justas e inclusivas.
Empreendedorismo feminino cresce no Brasil
Uma característica importante das mulheres é o empreendedorismo, no Brasil, o número de mulheres abrindo negócios não para de crescer. Pesquisa da Rede Mulher Empreendedora (RME) mostra que 55% das empresárias brasileiras abriram empresa nos últimos 3 anos. Destas, 26% inauguraram o negócio atual durante a pandemia.
Através do Ateliê Pingouin, das nossas redes sociais e do contato diário com as clientes, acompanhamos esse movimento e seguimos de perto os passos de várias artesãs empreendedoras. Sabemos que milhares de famílias são sustentadas com trabalho dessas guerreiras.
A armadilha da mulher multitarefa
A grande questão está na sobrecarga de trabalho, além da jornada dupla, a nossa sociedade acredita que as mulheres conseguem realizar várias tarefas ao mesmo tempo, e sabe o que é pior? Nós compramos essa ideia!
O resultado é outra estatística desfavorável: as mulheres têm 40% mais possibilidades do que os homens de sofrerem algum transtorno mental, sendo 75% mais chances de ter tido depressão em um período recente, e 60% mais de ansiedade do que os homens.
E aqui vai outro dado para nos fazer pensar, essa história de que as mulheres são multitarefas é um mito, não somos melhores que os homens em realizar várias coisas ao mesmo tempo, estudos comprovaram que nenhuma pessoa (homem ou mulher) consegue realizar diversas atividades simultaneamente com qualidade.
Em realidade, a gente simplesmente tem muito mais tarefas que os homens. Como acreditamos que somos polivalentes, aceitamos o desafio, entramos nesse círculo vicioso, nos sobrecarregamos e adoecemos.
Essa avalanche de informação é importante para nos fazer refletir sobre os nossos feitos, desafios, potências e armadilhas que caímos muitas vezes sem perceber. Ser mulher definitivamente não é um mar de rosas, mas devemos nos orgulhar das nossas conquistas, e tentar ser menos exigentes conosco. Devemos lutar por igualdade no trabalho, mas também pelo direito de relaxar e descansar sem culpa.