A escolha da data 19 de março é cheia de simbolismo cristão, foi eleita porque esse é o dia de São José, pai de Jesus Cristo. A Bíblia usa o termo “tekton”, que quer dizer “aquele que trabalha com as mãos”, para designar o ofício de marcenaria, por isso, São José se tornou padroeiro de todos os artesãos e artesãs.
Aqui no Brasil, não podemos esquecer de reverenciar os primeiros artesãos: os índios. Dominavam técnicas de cestarias, cerâmicas, plumarias e pigmentações naturais. Eles construíram a base de conhecimento que se perpetuou até hoje. Posteriormente, com a chegada dos portugueses e escravos africanos, essa arte recebeu novas influências, se misturou, assim como a população brasileira, e virou algo original com a nossa identidade de povo.
A importância do artesanato
Muito mais que operários das artes manuais, os artesãos contribuem para manter a cultura e o folclore local. Cada região tem a sua identidade que se manifesta através do artesanato, as técnicas, cores e materiais, refletem acontecimentos históricos e costumes. São saberes que passam de geração a geração, mantendo o repertório de tradições de cada lugar.
No Brasil o cenário artesanal é muito diversificado, tanto em técnicas, estéticas, quanto em materiais, encontramos cerâmica, tecelagem, palha, madeira, barro, entre muitas outras matérias-primas. Elas ajudam a manter nossos costumes, mas acima de tudo, mantém a renda de milhões de brasileiros.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 67% dos municípios no país têm o artesanato presente na economia, além de movimentar em média R$ 50 bilhões por ano e sustentar 10 milhões de brasileiros.
Profissão artesão
Desde 2015 a profissão de artesão foi regulamentada pelo governo através da Lei 13.180 que inclui também formas de incentivos governamentais à prática dessa atividade.
Para quem está começando, saiba que essa é sim uma profissão muito rentável, como todas as outras tem desafios, exige constantes atualizações, mas é muito gratificante conseguir sustento através do artesanato. Ver outras pessoas admirando e consumindo o trabalho feito pelas nossas mãos com a nossa energia e afeto é um bônus desse ofício.
No início pode ser um pouco desafiador, mas não desista, se inspire nas histórias de sucesso de outras artesãs e artesãos, como os da Comunidade de Parceiros do Ateliê Pingouin. Assista as nossas lives Jornada de Empreendedorismo, no Instagram, com a @paula.piegas, mentora de negócios artesanais, por lá você vai adquirir conhecimentos e trocar experiências com outras pessoas que estão na mesma jornada.
Se a sua praia é tecer, aqui em nosso site e no Youtube, compartilhamos dicas, tendências e receitas incríveis para te inspirar. Além disso, existem várias ONGs e instituições que dão suporte aos artesãos, como a Artesol, uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, presente em de todo o território nacional, atua como um centro de pesquisa, apoio, reflexão e de formação para políticas públicas.
Existe também o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), cujo objetivo é desenvolver e valorizar o artesão. Por lá é possível se inscrever no Sistema de Informações do Cadastro do Artesanato Brasileiro (SICAB) e ter acesso às políticas públicas, como:
- Possibilidade de participação em feiras de artesanato nacionais e internacionais;
- Possibilidade de participação em oficinas e cursos de artesanato;
- Acesso a incentivos fiscais (benefício dado somente em alguns estados);
- Isenção do ICMS na comercialização dos produtos;
- Facilidade de acesso ao microcrédito (empréstimo de pequeno valor a microempreendedores formais e informais);
- Acesso à nota fiscal avulsa de Emissão Eletrônica (e-NFA);
- Possibilidade de ser contribuinte autônomo para fins previdenciários.
Para quem é artesão e artesã, o nosso mais sincero parabéns e desejos de muito sucesso e prosperidade. E para quem não é, incentive a produção artesanal, compre peças feitas pelas mãos de outras pessoas, valorize o artesanato.